Sob a expressão “história pública” reúnem-se múltiplas iniciativas em favor da difusão do conhecimento histórico para amplas audiências. Adotá-la significa ter em mente que a história não é aprendida e assimilada somente por meio da educação formal; praticá-la requer uma série de habilidades, métodos e especializações capazes de garantir que a preservação, a interpretação e a difusão do conhecimento histórico sejam feitas de maneira responsável e integrada.
Como a consciência e a cultura histórica de um povo são, em grande medida, moldadas pelas visões do passado que lhe chegam através de variados meios de publicização, o compromisso do historiador público não é modesto. Ele deve ser um mediador dedicado à dupla articulação da história pública: respeitar a integridade do conhecimento histórico e harmonizá-lo às formas criativas que história e memória podem adquirir quando levadas a público.
Este Simpósio Internacional de História Pública: A história e seus públicos tem como meta avançar nas discussões sobre a ampla gama de questões teóricas e práticas em torno da história pública no Brasil, visada em perspectiva internacional. Promovido pelo Núcleo de Estudos em História da Cultura Intelectual (NEHCI-USP) e sediado nas dependências da Universidade de São Paulo de 16 a 20 de julho de 2012, ele funcionará como um grande laboratório para a reunião de pesquisadores acadêmicos, profissionais, professores, estudantes e demais interessados em discutir temas e formular questões, ensaiar a solução de problemas, compartilhar ideias e experiências, avaliar o papel da criatividade e da inovação na difusão do conhecimento histórico.
Diante da elasticidade da expressão “história pública” (não raro portando significados distintos conforme quem a emprega), este simpósio será uma oportunidade única para a reunião de pessoas de diversas proveniências cujas práticas e cujos interesses possam ser agregados sobre uma rubrica comum. Ela reúne pessoal de universidades e escolas, arquivos e centros de documentação e memória, organizações governamentais e não governamentais, museus e instituições ligadas ao patrimônio histórico e cultural, organizações, associações e sindicatos, editoras, órgãos de imprensa e produção de conteúdo mediático, entre outros.
Uma programação variada e não ortodoxa, composta por atividades como palestras, mesas redondas, oficinas e exposições de trabalhos, abordará temas como:
- o lugar da história pública na academia brasileira;
- os trajetos da história pública no Brasil e no exterior;
- a ampliação dos horizontes de atuação para o historiador;
- a exploração de novos modos de fazer história;
- a relação entre historiadores e a diversidade de públicos a que eles se dirigem, bem como a influência dos mesmos sobre os produtores desse conhecimento;
- o impacto social e público da produção acadêmica brasileira na área de história;
- a função da história pública na divulgação e no gerenciamento do patrimônio material e imaterial;
- o impacto das novas mídias sobre as estratégias de produção e publicização da história;
- os cruzamentos entre história pública e outras áreas de conhecimento aplicado, como o jornalismo, as relações públicas, a gestão de organizações, o turismo;
- o papel do historiador profissional diante de celebrações, comemorações, memoriais;
- a relação entre história e literatura, em múltiplos âmbitos de narrativa histórica: as biografias, os testemunhos, a ficção histórica.
Além das palestras, mesas redondas, painéis e oficinas de trabalho, compostas por convidados nacionais e estrangeiros, o evento recebe propostas de apresentação.