Local: Saguão do CAPH – Centro de Apoio à Pesquisa em História
SP 01 – Múltiplas dimensões da memória
Terça-feira, 17 de julho, 16h às 16h30
Comentadora: Xênia Salvetti
MUTALAMBÔ: MEMÓRIA, TRAJETÓRIA E BIOGRAFIA
DE UM BABALORIXÁ SERGIPANO
Martha Sales Costa (UFSE)
Por intermédio da trajetória de vida do Babalorixá sergipano, mais conhecido
como “Antônio Mutalambô”, reconstituída pela memória, pela história
oral e traduzida em biografia, pretendemos com a pesquisa em andamento
possibilitar uma via de compreensão do contexto histórico e cultural do
Candomblé em Sergipe, bem como a contribuição para os estudos acerca do
mesmo, ressaltando a diversidade e considerando dentro de sua importância
e atualidade, a reduzida quantidade de estudos acadêmicos produzidos em
âmbito local, principalmente tomando como base a biografia dos sujeitos
construtores desse universo religioso. O paradoxo e os referenciais simbólicos
da vivência de sagrado do biografado, tendo sido Babalorixá e também
Padre da Igreja Católica Brasileira (ICAB), estarão aí sendo analisados e
traduzidos, considerando-se o fenômeno do sincretismo representado nas suas
práticas ritualísticas, e como esses aspectos forneceram e materializaram as
características da família-de-santo extensa gerada a partir do Centro de Culto
Afro Jacutá N’Sahara, terreiro constituído por ele no interior do Estado, bem
como se configuram as relações dialógicas e conflituosas com outras famílias-
de-santo do Candomblé sergipano. Vale ressaltar que o uso de registros
áudio visual, principalmente as imagens em fotografias e vídeo, serão fonte
documental de suma importância neste trabalho e um recurso de relevância
fundamental.
ARTICULAÇÃO ENTRE ACERVOS, CULTURA ESCOLAR E EDUCAÇÃO HISTÓRICA:
USOS DE CENTRO VIRTUAL DE MEMÓRIA EM ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Valter André Jonathan Osvaldo Abbeg (Seed/Pr); Samara Elisana Nicareta
(SME/Ctba)
Encontramos diversos trabalhos que versam sobre a organização de acervos
escolares, por mais que este seja um campo limítrofe entre a Arquivologia,
a Biblioteconomia, a Museologia é no campo da Educação Histórica que
encontramos terreno fértil para a aplicabilidade dos materiais levantados,
armazenados e divulgados. Devemos ressaltar que este objeto esta sendo muito
visitado nas últimas duas décadas em virtude dos estudos culturais realizados
em universidades e centros de pesquisa. No entanto, na dimensão da cultura
escolar brasileira e paranaense, sabemos como é miraculoso encontrar acervos
organizados, com fontes já construídas, relatos orais, memórias ordenadas,
discursos e documentos, imagens e representações. O arquivo escolar é um destes
legados que, na maioria das vezes, não é compreendido como fonte histórica
pela própria comunidade escolar. A instituição pesquisada, estabelecimento
público de ensino da região metropolitana de Curitiba desenvolve uma ação
“historicizar” este rico material cheio de informações que podem desvelar além
da própria história local, as intempéries da cultura escolar da Escola em seus
mais diversos tempos e espaços. O estabelecimento em questão oportuniza a
construção de um espaço-tempo de referência para produção do conhecimento
histórico em consonância com os pressupostos teóricos da nova história
cultural, articulando diferentes instrumentais tecnológicos e midiáticos,
visto a ausência de espaço físico. Em linhas gerais este estudo aponta que s
exigências para a construção de tal complexo remete a necessidade de rever e
repensar as ações do cotidiano escolar, priorizando a organização dos acervos,
criando hábitos de investigação entre os jovens educandos, grupos de debate e
o fomento da vontade, para repensar e teorizar as práticas de documentação.
Dentre as dificuldades a serem enfrentadas está no excesso e acumulo de
informações que crianças e jovens dispõem no mundo atual, pois a velocidade
dos acontecimentos interfere na concepção de tempo, memória e da própria
história.
TRABALHO VOLUNTÁRIO NAS ESCOLAS DE SAMBA
Fernanda Fernandes dos Santos (Promuspp/EACH/USP)
A pesquisa para a dissertação de mestrado em Mudança Social e Participação
Política, pela EACH/USP vem sendo desenvolvida no ambiente das escolas de
samba, da cidade de São Paulo. O estudo visa identificar se o trabalho gratuito
realizado, por alguns integrantes destes grupos voltados para a realização de
uma competição na maior festa popular do país, pode ser entendido como
trabalho voluntário, já que na concepção comum e costumeira, o trabalho
voluntário é realizado em ambientes em que os assistidos têm necessidades e
carências a serem supridas. E, as escolas de samba não estão locais em que
são realizadas caridades. As escolas de samba compõem uma das formas de se
brincar o carnaval ela foi criada e desenvolvida com base cultura negra, mesmo
o Carnaval tendo origem cristã-judaica. Apesar de hoje o elemento negro já
não participar de tantos cargos de comando como no início do século XX, a
pesquisa ainda busca identificar no trabalho voluntário nas escolas de samba,
resquícios de tradições, de costumes e de filosofias de vida do povo negro. A
observação da ocorrência do voluntariado e a sistematização da pesquisa de
tal prática, se deram em três escolas de samba da capital de São Paulo. Mesmo
apresentando fundações e características diversas, em comum foi encontrado
o trabalho voluntário nos setores da bateria, a orquestra da escola de samba,
e da harmonia, responsável por manter o coral de foliões cantando com
empolgação, durante a apresentação das escolas, passam por avaliação feita por
jurados especialmente treinados para tal. A pesquisa se baseou na observação
não participante e na história oral, modalidade tradição oral, para retratar as
questões acima postuladas.
SP 02 – Os meios e as mensagens da história
Quarta-feira, 18 de julho, 16h às 16h30
Comentadora: Xênia Salvetti
A TRANSNACIONALIDADE EM ARTIGOS DA REVISTA POPULAR (1859-1862)
Ligia Cristina Machado (Unicamp)
B. L. Garnier foi um importante livreiro-editor da segunda metade do século XIX
responsável pela edição de grande parte das obras dos literatos consagrados pela
crítica do século XX, como também outros não reconhecidos após o Oitocentos.
Além disso, Garnier editou também dois periódicos: a Revista Popular (18591862)
e o Jornal das Famílias (1863-1878), sendo que o segundo, por possuir
publicações de Machado de Assis, recebeu maior atenção dos pesquisadores
interessados em estudar os seus contos. Contudo, como o primeiro periódico
foi publicado em um período de intensa discussão entre os literatos sobre o
caráter da literatura nacional, a revista torna-se um interessante objeto para se
analisar as questões nacionais do período. Assim, primeiramente essa pesquisa
buscou quantificar e analisar a presença de autores brasileiros e estrangeiros.
Após a identificação da nacionalidade dos escritores partimos para a análise
dos artigos verificando como abordavam a questão da nacionalidade nesse
periódico de um editor francês que durante o século XIX mostrou-se dedicado
à propagação da literatura brasileira.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATIVIDADE FÍSICA NO NACIONAL
DESENVOLVIMENTISMO: ANÁLISES E REFLEXÕES
Eduardo Mosna Xavier (USP)
O Nacional Desenvolvimentismo Brasileiro (1946 à 1964) foi marcado por
uma profunda transformação econômica, com o advento de uma pujante e
incipiente industrialização, que acarretou em diversas transformaçõres sociais
como, por exemplo, a mudança do eixo populacional urbano para o rural.
Essas profundas variações no eixo política – cultura -sociedade geraram reflexos
na gestão governacional, que passsou a formular intervenções públicas com
fulcro no acompanhamento das diretrizes preconizadas para aquele momento
histórico. Nesse diapasão, a atividade física passou a ser utilizada como política
pública de interesse político, com ênfase nas atuaçãoes no tripéde sustentação:
Serviços Sociais – Educação Física Escolar – Esporte de Rendimento, com umam
mudança significativa no olhar e na formação da memória dessa atividade
incipiente da vida humana.
NEBLINA SOBRE TRILHOS
Soraia Oliveira Costa (UFABC), Odair Garcia (UFABC), Claudio Penteado
(UFABC), Ana Maria Dietrich (UFABC)
Pôsteres sobre a história da regional e do trabalho audiovisual que mostra a
Vila de Paranapiacaba, construída pela empresa São Paulo Railway Company
Ltd. (SPR) para abrigar os trabalhadores do sistema funicular, a partir de
entrevistas dos ferroviários, seus parentes e moradores da vila, além de pessoas
ligadas ao turismo, estudiosos e turistas.Com enfoque na ferrovia que ligava
Santos a Jundiaí e seus trabalhadores na Vila de Paranapiacaba. Nossa equipe
de pesquisadores busca fazer o levantamento das motivações e dos movimentos
históricos que levaram ao descontentamento, desemprego e desencanto dos
antigos e atuais moradores da Vila de Paranapiacaba, pois mesmo pelo fato
de ser considerada um patrimônio Histórico pelo Governo Federal, Estadual
e Municipal, pouco se é difundido os ensinamentos sobre a história da Vila,
já que o baixo e mal direcionado incentivo ao turismo não se manifesta como
suficiente aos atuais moradores, muito menos pedagógico à história da Vila,
que um dia foi um marco da pujança e da tecnologia em solo do Estado de
São Paulo e do Brasil, por meio da sua repercussão no mundo foi amplamente
reconhecida.
SP 03 – História e ciência
Quinta-feira, 19 de julho, 16h às 16h30
Comentadora: Xênia Salvetti
JUSTO JANSEN E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA CIÊNCIA
NO MARANHÃO (FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX)
Clenilma Marques Brandão (UFMA)
Considerando que estamos envoltos aos avanços científicos em todas as esferas
da vida moderna, discutir a ciência, a partir de meandros históricos mostra-
se essencial na atual conjuntura. Parte-se, para tanto, de um espaço que vem
consolidando-se como lugar de construção e reflexão do conhecimento científico,
a História da Ciência. No Maranhão, porém, essa área ainda é pouco explorada,
necessitando de pesquisas que investiguem acerca do desenvolvimento da
ciência e mapeie os cientistas que deram suas contribuições ao conhecimento
científico, seja nas áreas de Biologia, Física, Matemática, Química, entre
outras. Assim, neste trabalho busca-se compreender a institucionalização da
ciência no Maranhão no final do século XIX e início do século XX. Como
pano de fundo deste objetivo, pretende-se percorrer a trajetória intelectual
de Justo Jansen Ferreira, primeiro professor da cadeira de história natural e
chimica da Escola Normal, anexo do Liceu Maranhense e, suas contribuições
para tal empreitada. Para isso, utiliza-se a obra Breve Notícia sobre o ensino
de física, química e mineralogia no Maranhão, escrita pelo autor supracitado,
além de jornais de época onde o mesmo colaborou a exemplo de Pacotilha,
Revista do Norte e Tribuna, com o intuito de que, por meio das análises de seus
textos, se possa pensar a respeito das bases teóricas e paradigmas usados para a
institucionalização da ciência no Maranhão, além de historicizar esse processo,
dando assim uma contribuição à historiografia científica maranhense.
UMA PROPOSTA DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DA HISTÓRIA
PARA O MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS
Cláudio Henrique Pessoa Brandão (PUC Minas)
O presente trabalho propõe uma espécie de Divulgação Científica da História
no museu. O objetivo dessa estratégia é que o público aprenda sobre o “Ofício
do Historiador” no Museu de Artes e Ofícios. Para isso os objetos e os espaços
do museu passam a servir para o desenvolvimento de uma mediação museal
na perspectiva de investigação dos artefatos, dos variados aspectos discursivos
Simpósio Internacional de História Pública
do museu em relação à organização do seu acervo, tal como dos aspectos da
cultura material que guarda. É divulgar os conteúdos e procedimentos do
saber-fazer historiográfico, contribuindo para que a maioria da população
tenha uma postura mais crítica diante dos museus e dos historiadores, tal como
a que é ensinada dentro dos muros da academia. Nessa direção, o objetivo não é
divulgar uma versão “mais verdadeira” da História, mas permitir que o público
construa a sua própria versão, a pensar sobre os artefatos, sobre como eles foram
transformados em acervo museológico, sobre como a memória é constituída, a
pensar nos variados sujeitos, do passado e do presente, que agiram e agem para
isso, conscientemente ou não. Essa característica epistemológica da História
deve ser divulgada para o público a fim de que ele seja capaz de construir a sua
própria percepção acerca dos apelos ideológicos que podem vir acompanhados
dos discursos sobre a História divulgados não somente pelo museu, mas pela
mídia e por outros canais de divulgação desse conhecimento. A intenção é
instigar o público a ter uma postura mais crítica diante de qualquer discurso
sobre a História, seja lá qual for o meio de comunicação. O museu como
“Laboratório de História” é, portanto, Laboratório de Cidadania.
A UNIDADE PRONTO ATENDIMENTO (UPA), SUA HISTÓRIA E
RESSONÂNCIAS EM PROFISSIONAIS E POPULAÇÃO ATENDIDA
Luigi Silvino D’Andrea (SES/RJ) , Debora Cristina Mendonça de Andrade
(SES/RJ) Waleka Cristina Brandão (SES) Marica Cristina Santo (SES/
RJ) Ana Caroline Arouche (SES/RJ) Roberta Spala Pereira (SES/RJ) Elisa
Paula Sant’anna (SES/RJ)
Relatar a implantação das Unidades de Pronto Atendimento(UPA) no estado
do Rio de Janeiro. A primeira foi na Vila do João no complexo da Maré em
2007, trazendo um concepção de saúde diferenciada, sendo respaldado pela
Política Nacional de Humanização. Como esse novo modelo de assistência em
saúde, implicou os moradores e profissionais, trazendo novos modos de ver e
viver para a comunidade que agregam, e suas ressonâncias para a população e
profissionais.