GT 03 – História Pública e História Oral
Coordenadores:
Andrea Casa Nova Maia (UFRJ)
Juniele Rabêlo de Almeida (UFF)
Mariana Cavalcanti (CPDOC-FGV)
Os Caminhos do Sol: atravessar veredas no sertão escurece a vista (migração sertão-cidade de Sobral 1960-1980)
Maria Antonia Veiga Adrião – Universidade Federal do Ceará
Os Caminhos do Sol: atravessar veredas no sertão escurece a vista (migração sertão-cidade de Sobral 1960-1980) é um estudo sobre a migração de agricultores despossuídos e pequenos proprietários, que viviam onde eles denominam Sertão (área rural de Sobral e de Municípios circunvizinhos e mesmo de pequenos centros urbanos adjacentes, situados na zona norte do Estado do Ceará), da lavoura de subsistência e do emprego em atividades agrárias diversas, que emigraram para essa urbe entre 1960 e 1980, quando estamos buscando a relação dessa emigração não apenas com as objetivações pessoais rememoradas, porém, com as políticas de desenvolvimento levados pelo Estado brasileiro através da SUDENE, DNOCS, entre outros órgãos, que tanto chegaram ao “sertão” através dos programas de açudagem, irrigação, reforma agrária, quanto a cidades como Sobral, esta considerada desde XIX o principal centro urbano dessa região no tocante a força política, religiosa, econômica, cultural e populacional, assim sendo, no período, essa cidade considerada polo de desenvolvimento urbano passou a aglutinar recursos destinados ao desenvolvimento da zona norte do Ceará. Acreditamos que alguns projetos levados no período à Sobral atraíram alguns agricultores considerando inclusive, a efetivação de seu parque industrial com os incentivos fiscais da SUDENE. Ainda que isto não apareça diretamente nas entrevistas que realizei, surge nas críticas apresentadas no semanário Correio da Semana criado em 1918 e dirigido pela Diocese de Sobral, que permaneceu atuando e realizando críticas (algumas favoráveis e ufanistas) às proposições governamentais. Contudo, é relevante que esse acontecimento não foi exclusivo de Sobral nem linear do campo à cidade, apesar das políticas que favoreciam essa urbe e corroborariam com esse movimento. As cidades que enviaram população a Sobral também receberam em média, na mesma proporção segundo o IBGE, assim como Sobral igualmente “exportou população”. O diferencial pelo que constatamos está na permanência dos emigrados, porque os lavradores chegaram nesse período e embora alguns tenham sucumbindo à ideia de retornar ou de tentar outras plagas dentro e fora do Estado, houve uma fixação maior de pessoas em Sobral, quando sua população continuou crescendo consideravelmente ao contrário de outras cidades, algumas até estagnaram ou perderam população. Referimo-nos a Meruoca, Massapê, Alcântaras, Santana do Acaraú, Santa Quitéria, Camocim, Reriutaba, Senador Sá, Marco, Itapipoca entre outras, onde nasceram os entrevistados. Informações que igualmente encontrei em arquivos escolares e sindicais. Deste modo, além dos relatórios censitários do IBGE, de artigos do jornal citado, das entrevistas, estamos nos apropriando de arquivos sindicais e escolares, quando encontramos indícios de uma emigração para Sobral com fins de estudar ou colocar os filhos para estudar, quando é perceptível uma consciência de que sem estudos não era possível empregos melhores (fábricas com carteira assinada). Esse estudo contribui para conhecer quando e como a escola passou a fazer parte das reivindicações da população trabalhadora do campo e para observar mudanças comportamentais em relação a trabalho, educação, família, cidade. Autores como Meneses, Santana, Fontes, Sayad, Moya, Bonnemaison, Raffestin, Saquet, Martins, Williams, Portelli, estão nos ajudando a pensar essas questões.
“Acervos públicos de história oral: Nordestinos na Zona Leste de São Paulo”
Valéria Barbosa de Magalhães – EACH/USP
Esta comunicação tem por objetivo apresentar alguns resultados do projeto “Lembranças de antigos moradores da Zona Leste de São Paulo: migrantes nordestinos e história de bairros”, financiado pela Fapesp, entre 2010 e 2012. Buscou-se, entre outras coisas, desvendar, por meio de narrativas de vida, as teias de relações que envolvem a convivência entre moradores de origem nordestina e moradores de origem não nordestina, na Zona Leste da cidade de São Paulo. Outro objetivo foi montar um acervo de entrevistas públicas com as entrevistas de moradores antigos da região. As transcrições estão disponíveis no website do Grupo de Estudos em História Oral e Memória, da USP. Na pesquisa, foram analisados diversos aspectos da vida nordestina na Zona Leste. Dentre eles, a relação dos nordestinos com os não-nordestinos na região; as redes de ajuda entre os migrantes; as lembranças da paisagem dos bairros e do seu modo de vida no passado; e o preconceito. Nesta apresentação, porém, pretende-se refletir sobre os usos possíveis do acervo público de histórias constituído no projeto.
Santa Cruz dos Milagres e suas narrativas devocionais
Edilene Gonçalves do Nascimento Dias – Universidade Federal do Tocantins
O presente trabalho apresenta as vivências com o sagrado por meio das narrativas dos devotos de Santa Cruz dos Milagres, no estado do Piauí, buscando compreender as formas pelas quais esses homens e mulheres constroem sua relação e falas do sagrado, que são narrativas de devotos de Santa Cruz que residem na cidade de Araguaína – To. Ouvimos também o reitor do Santuário. Para tanto, entrevistamos devotos da santa que nomeia a cidade. Em nossa viagem ao município, em julho de 2012, nossos narradores foram seu Domingos Alves dos Santos, dona Maria Mendes Pessoa, dona Maria de Jesus da Conceição, seu Raimundo Pinheiro da Silva, dona Joana Pereira Gentil, moradores e devotos. Em janeiro de 2013, entrevistamos seu José Alves Frazão, dona Raimunda Alves Frazão, seu Antônio Alves da Silva, seu Francisco Frazão da Cruz, devotos da santa que moram na cidade de Araguaína, To. Em março do mesmo ano entrevistamos o reitor do santuário, o padre Francimilson Gonçalves de Holanda. O roteiro que nos guiou para compreender os sentidos do espaço sagrado daquele município nos possibilitou analisar a relação de pertencimento e legitimidade daquela população com sua santa de devoção. As perguntas guia foram: Qual seu nome? Idade? Local de nascimento? Como o (a) senhor (a) conheceu Santa Cruz dos Milagres? O que lhe levou a morar na cidade? Conhece alguma história (versão) sobre Santa Cruz dos Milagres? A história do beato, o (a) senhor (a) conhece? O (A) senhor (a) é devoto (a) de Santa Cruz dos Milagres? Frequenta a igreja de Santa Cruz dos Milagres? Qual frequência? O (a) senhor (a) tem /conhece alguém que seja afilhado de Santa Cruz dos Milagres? Aos moradores de Araguaína acrescentamos outra pergunta, o que a cidade possui de especial aos devotos que não moram na cidade, como vocês? Pelo exposto foi possível delinear estratégias que nos permitiram observar os caminhos dos devotos de Santa Cruz. Suas narrativas envolvem lembranças de seus antepassados. A maioria das respostas que ouvimos, estavam sempre acompanhadas de “minha avó, ou meu avô, contava para mim quando era criança” , ou “meu pai, minha mãe, contavam a história da Santa Cruz”. E quando perguntamos com quem eles aprenderam, eles também nos respondem que ouviram dos “os mais velhos”, ou no “tempo dos mais velhos”. No entanto, foi necessário buscarmos responder algumas indagações. Como esses devotos conheceram Santa Cruz dos Milagres? Como percebem seu espaço territorial? Quais relações esses devotos praticam com a santa de devoção? Por meio de suas memórias buscamos compreender a relação que esses praticam com Santa Cruz dos Milagres.
Arquivos de história oral na formação inicial de professores de ciências
Fernando Luiz Cássio – Universidade Federal do ABC
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Entrevistas de história oral vêm sendo, há muito, utilizadas como ferramentas para o trabalho com relatos de experiências profissionais em processos de formação docente – seja pelo seu uso e análise a partir de repositórios digitais, seja pela produção de entrevistas de história oral. No entanto, a maior parte dos trabalhos sobre este tema permanece circunscrita ao papel das entrevistas com professores nos processos de formação inicial docente. Mas isso não é tudo quando se trata de professores de ciências, cuja formação inicial carece de um contínuo diálogo entre conhecimentos didático-pedagógicos e científicos, a tal ponto que o conhecimento profissional dos professores de ciências já não pode ser considerado nem de um tipo nem de outro. Neste trabalho propõe-se uma discussão sobre os limites e as potencialidades do uso de arquivos de história oral de cientistas na formação inicial de professores de ciências: em que medida estas entrevistas poderiam catalisar uma vivência científica (do laboratório) que, não raro, passa ao largo dos cursos de licenciatura? Pretende-se ainda apresentar alguns arquivos de história oral brasileiros e estrangeiros que contêm relatos orais de cientistas a fim de avaliar o seu potencial de utilização nos programas de formação inicial de professores de ciências.
A cidade de Sento-Sé e a construção da barragem do sobradinho: memória, resistência e territorialidade no nordeste brasileiro (1970-1990)
Ana Catarina Lins de Albuquerque Sento-Sé Martinelli Braga – UFABC
O objeto de estudo, que vem sendo analisado neste artigo, fundamenta-se na análise dos desdobramentos e efeitos no tecido social da região atingida pela Barragem do Sobradinho, Baixo Médio São Francisco, Nordeste brasileiro. A partir deste objeto vem sendo identificado os conflitos sociais e interesses existentes, no que se referem as tensões nas relações sociais provocadas pela relocação da população atingida pela barragem e a Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco, responsável pela obra. A pesquisa tem como foco, para a compreensão de sua problemática, os efeitos desta barragem em uma dos cinco principais cidades atingidas: A cidade de Sento-Sé. Isto por meio de fontes orais, documentais e iconográficas. A fim de trazer não só a perspectiva dos conflitos sociais e das relações com o território por meio da análise historiográfica e sociológica, como também da perspectiva da história oral, perpassando pelas construções da memória, dos traumas, das identidades e dos saberes na cidade, desses sujeitos impactados pelo processo de implementação do Projeto Sobradinho.
Memórias festivas: O Dezesseis de Julho em Borda da Mata – MG
Cleyton Antônio da Costa – PUC/SP
A presente pesquisa tem como objetivo entender e problematizar os diferentes significados e sentidos dos festejos de 16 de julho na cidade de Borda da Mata, Sul de Minas Gerais, com o intuito de buscar as diferentes memórias e experiências vivenciadas por diferentes atores sociais que participam dos festejos. Metodologicamente trabalhamos com a realização de entrevistas orais, histórias de vidas obtidas com alguns sujeitos sociais que participam das festividades, por meio da prática da História Oral. Em Borda da Mata, as festividades do dia 16 de julho integram diversos significados, pelo fato de um dia ocorrerem duas festas, uma a Nossa Senhora do Carmo e a outra pelo Aniversário de Emancipação Politica Administrativo do Município de Borda da Mata, pois há aqueles que só frequentam o âmbito religioso, os que transitam no festejo social e, também, os que movimentam entre esses dois mundos, ao mesmo tempo contraditórios. Um é marcado pelo sagrado, envolto por orações, ladainhas e gestos engessados. E o outro, por momentos de lazer, improviso, sociabilidade e distração. Os festejos retratam múltiplas experiências sociais, que integra vários elementos, como o lazer, a religiosidade, a ruptura do cotidiano, e constitui um campo repleto de valores e sentimentos, em que se notam várias disputas sociais. Em que espaços, gestos são marcados e reafirmados. Com isto, são notórios os vários olhares e significados para os festejos de 16 de julho na cidade de Borda da Mata.
O negro como colonizador do Sul do Mato Grosso: história oral de quilombolas de Mato Grosso do Sul e a (re)invenção da tradição africana no cerrado brasileiro
Lourival dos Santos – UFMS
A pesquisa investiga as transformações na identidade de populações negras rurais quilombolas no estado do Mato Grosso do Sul, por meio de história oral de vida de lideranças dessas comunidades. Damos ênfase às transformações das práticas religiosas, originalmente ligadas ao catolicismo rústico e, agora, fortemente influenciadas pela adesão de grupos nas comunidades, ou mesmo de quase toda a comunidade a igrejas evangélicas de várias denominações. Em Mato Grosso do Sul, a questão da identidade quilombola opõe o Instituto Histórico e Geográfico do estado e a Fundação Palmares. O primeiro emitiu um parecer, em 2008, afirmando não reconhecer a presença de qualquer núcleo remanescente quilombola no estado. A segunda certificou 22 comunidades como sendo de remanescentes quilombolas até 2013. As primeiras entrevistas com membros de seis comunidades foram feitas no âmbito de projetos de pesquisa e de extensão com equipes das quais fiz parte e que foram coordenadas pelo antropólogo Antonio Hilário Urquiza, meu colega na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Seis comunidades foram visitadas: Chácara Buriti e Tia Eva/São Benedito, em Campo Grande; Furnas do Dionísio, em Jaraguari; Dezidério Felipe Oliveira (Picadinha), em Dourados; São Miguel em Maracajú; e Furnas de Boa Sorte, em Corguinho. Foram escolhidas por estarem em estado avançado no processo de titulação das terras comandado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e, portanto, terem passado por uma série de investidas de políticas públicas nas várias instâncias administrativas: municipal, estadual e federal. Depois de transcriadas e autorizadas pelos colaboradores, as entrevistas são lidas em voz alta em encontros preparados com a comunidade que, a partir daí iniciam uma roda de conversa, onde outros eventos são evocados e outras pessoas manifestam desejo de serem entrevistadas. Trata-se de produção de História Pública em diálogo com as comunidades e o conhecimento acadêmico com o potencial de reescrevermos a história dos negros na região, deslocando-os da posição de subordinados para a de protagonistas no processo de ocupação do oeste do Brasil com implicações políticas na definição de políticas públicas de atendimento a essas comunidades, em conflito com outros interesses políticos e econômicos.
A História na Praça: impressões de transeuntes sobre a História do Brasil
Kênia Sousa Rios – Universidade Federal do Ceará
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa que busca ampliar o entendimento sobre a percepção das “pessoas comuns” , em espaços públicos, acerca da História. O grupo que realizou o trabalho foi composto de alunos da disciplina de Introdução aos Estudos Históricos e posteriormente, alunos da disciplina de Oficina de Ensino de História do Ceará da Universidade Federal do Ceará. Munidos de câmera e microfone, os alunos distribuíram-se em três grandes praças do Centro de Fortaleza afim de perguntar aos transeuntes questões que demonstravam diferentes impressões e leituras sobre a História do Ceará, do Brasil e do Mundo. Propositadamente, elaboramos questões que situavam a história numa condição maniqueísta com perguntas do tipo: quem foi, na sua opinião, o maior herói da História? e o maior vilão? o maior acontecimento da História (Ceará, Brasil, Mundo)?. O intuito foi tentar partir de formas públicas de apresentação e reflexão da História bastante difundidas nos meios de comunicação, ou mesmo nas formas orais de captura da História. O maior, o menor, o pior, o melhor indicam de modo frequente, as maneiras mais vulgares de dizer a História. Partindo dessas imagens polarizadas, os entrevistados desdobravam-se em conexões variadas e inusitadas. Noutra oportunidade, fizemos o mesmo exercício na porta de uma escola de ensino médio, com alunos que se preparavam para o Enen e, curiosamente, as respostas não se diferenciaram de modo significativo. Como produto final, os alunos elaboraram um vídeo que tem sido usado em outras ocasiões na graduação do curso de Historia. A escolha desse GT justifica-se pela reflexão que elaboramos sobre a forma oral que os entrevistados apresentaram para comunicar as ideias sugeridas.
Memórias públicas: história e narrativa de operários da Sarmento
Stéffano Muniz Figueiredo Costa – UFF
A investigação das narrativas de operários da Companhia Fiação e Tecidos Sarmento torna inteligível suas vivências e a forma com a qual experimentaram o cotidiano de prosperidade e crise da fábrica. Apesar da singeleza do apitar da sirena da fábrica, pode-se dizer que sua existência regeu a vida e a rotina da cidade de São João Nepomuceno, Minas Gerais. A sirena marcava o tempo do trabalho, o tempo do lazer, o tempo do operário. Cidade conhecida pela força no ramo têxtil, São João Nepomuceno desenvolveu-se em torno de sua fábrica mais importante. É sabido que o Brasil das décadas de 50 e 60 passava por uma forte efervescência política na qual pululavam greves e movimentos operários gigantescos nos grandes centros. Por sua vez, o golpe de 1964 intimidou a execução de manifestações subversivas à ordem (im)posta pelo regime militar. Mas, neste ínterim, os operários da CFTS agiam de forma aparentemente passiva quando se deparavam com alguma situação limite no ambiente de trabalho ou relacionada à Companhia. Tal fato sugere a necessidade de melhor compreensão do cotidiano operário uma vez que este padrão de atitude discrepa, de uma maneira geral, de reflexões sobre a história do movimento operário no Brasil. Neste sentido, lançar-se-á mão, para elaboração da apresentação, de fontes orais, cotejadas com registros em atas do sindicato têxtil das décadas de 1950 e 1960, bem como jornais que cubram o período proposto para análise compreendido entre 1956 e 1969. A investigação seguirá princípios metodológicos qualitativos, privilegiando a relação dialógica entre compreensão histórica e as perspectivas dos sujeitos envolvidos. Focar-se-á num estudo com os sujeitos, e não apenas sobre ou para os sujeitos. Tal exercício é capaz de demonstrar a relevância da consideração e utilização de registros orais enquanto fontes históricas. A análise das narrativas dos operários revela o potencial de “lugares de memória” desse tipo de fonte. Esse tipo de abordagem é vital para se evitar generalizações e melhor compreender as relações sociais no mundo do trabalho. O trato com fontes orais confere uma especificidade à reflexão que instiga sua consideração ao se estudar o mundo do trabalho por pesquisadores e leigos, fato que facilita a difusão e divulgação do conhecimento histórico.
História Pública, História Oral e Movimento Social
Juniele Rabêlo de Almeida – UFF
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Pretende-se, na interface “história oral e movimento social”, problematizar a construção e publicização de projetos em história pública. Considera-se o desejo de diálogo com os movimentos sociais, utilizando a metodologia da história oral, para construção coletiva de pesquisas e acervos. As necessidades e os interesses de um movimento social podem inspirar projetos em história pública. A organização e a análise das narrativas políticas, construídas em entrevistas de história oral, indicam a coprodução do saber em um exercício dialógico: envolvendo os membros dessa coletividade, pesquisadores acadêmicos e não acadêmicos.